A DEMOCRACIA DOS AGIOTAS

Voltando ao tema da “democracia X autoritarismo”, a classificação de sociedades autoritárias ou com poder de veto e censura é absolutamente correta, sem tergiversar. Mas, o cinismo das democracias sob controle da agiotagem não traz nenhuma virtude superior, muito pelo contrário. É falsa a polêmica que apenas o capitalismo traz a liberdade individual, assim como é absolutamente correta a caracterização que este mesmo capitalismo só é controlado ou pelo Poder do Estado, ou por um nível muito intenso de luta de classes, gerando quase a incapacidade parcial de governo, tal é o caso da França neste momento de imposição de perda de direitos.

A mais nova crise financeira e os criminosos de sempre

Dos três que quebraram neste mês de março, o que mais chama atenção é o SVB. Uma das particularidades da quebra do Silicon Valley Bank (o grande financiador de start ups em tecnologia, tanto nos EUA como na Inglaterra) foi de ter vindo após as demissões em massa nas chamadas Big Techs. As empresas líderes do capitalismo de plataforma (as que têm prevalência no Ocidente) viram suas margens de lucro baixarem no período pós-pandemia e acompanhando a tirania empresarial de Elon Musk no Twitter (demissão de 80% do quadro de funcionários, incluindo os engenheiros e programadores mais experientes), seguiram na trilha da terceirização de mão de obra.

A “guerra do lítio mineral” e o Império na América Latina

Uma militar estadunidense, mulher e general de quatro estrelas, Laura J. Richardson (vejam seu perfil em site oficial em português) está à frente do Comando Sul dos EUA desde o final de outubro de 2021. Vale ressaltar que este comando permanente é o encarregado pelas forças armadas combinadas dos Estados Unidos em projetar poder e “garantir a segurança hemisférica”. Fora o México (sob a ameaça do Comando Norte) e Porto Rico (a ilha invadida no final do século XIX e segue sendo Estado Associado, ou seja, colônia), todos os países da América Latina e do Caribe estão diretamente ameaçados por esses militares profissionais. Em outras palavras, o pesadelo de um desembarque de fuzileiros navais gringos passa por este alto comando.

O impulso latino-americano e a síndrome do colonialismo

Bruno Beaklini (@blimarocha) – janeiro de 2023 Na terça feira dia 24 de janeiro o presidente Lula participou da reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que contou com relevante declaração final. Fundada em 2010, ainda no auge da “maré rosada” no Continente, acumulava o potencial econômico liderado pelo Brasil e…

O uso da camisa amarela e mais uma decepção futebolística

Este que escreve cumpre a sina de muitos colegas que se dedicam à análise política, mas foram formados cultural e subjetivamente pelo mundo da bola. Logo, se não é correto escrever profissionalmente a respeito das quatro linhas, fora destas temos o dever de refletir e fazer a crítica da economia política do futebol profissional. Assim, a primeira reflexão é a óbvia. Considerando o volume de contratações de jovens desportistas por centros que operam com moeda mais forte no comércio internacional (dólar estadunidense, euro e libra esterlina), nos damos conta de que aí opera uma injustiça histórica. Seguimos primarizados, cedendo tanto a fuga de cérebros no setor do desenvolvimento científico e acadêmico, assim como o mundo vê um fluxo de chuteiras na legítima busca de um futuro melhor para seus familiares e entorno.

EUA X China e a tensão no Pacífico

Bruno Beaklini (@estanalise) – agosto 2022 No momento em que concluímos esse artigo, a ilha de Formosa, capital Taipei, sede política da república fundada por Chiang Kai Shek e outras lideranças de duvidosas procedências, experimentava um cerco estratégico. A República Popular da China respondia com manobras militares de envergadura, algo que não ocorria desde março…

A permanente crise da América Latina: agora é a vez da Argentina e do Panamá

Bruno Beaklini (@estanalise) – julho 2022 Ao contrário do que costumamos publicar neste portal, este artigo não será nem de análise de conjuntura,nem histórico. Dadas as condições de permanência em nossa América Latina, nos cabe ver a dependência estruturante do século XXI e, modestamente, apontar caminhos para sair dessas armadilhas. Comecemos por nós mesmos. Esta…